“Como Reverter a Entropia do Universo”, o segundo disco da banda, será lançado em breve
Por Vinícius Vieira
Desde que anunciamos aqui no Seguimos Fortes a nova formação da banda, contando com a entrada da baterista Fabi Bracco, que a Genomma, de Jundiaí (SP), tem trabalhado incansavelmente, lançando ao todo quatro singles que estarão no próximo álbum do quarteto intitulado Como Reverter a Entropia do Universo.
O álbum, que está com o lançamento previsto entre fevereiro e março de 2022, será conceitual, tendo como fio condutor os estágios da depressão, doença vivida pelo vocalista e compositor da banda, Felipe Schadt, durante o ano de 2020. O título, Como Reverter a Entropia do Universo vem de uma pergunta feita pelo autor de ficção científica Isaac Asimov (autor de clássicos como Eu Robô, O Sol Desvelado, as Cavernas de Aço e Fundação) no conto A Última Pergunta (1956), no qual os personagens tentam encontrar a solução para a eminente entropia do universo. Entropia é quando um corpo dissipa energia, como por exemplo um café quente que aos poucos, esfria.
No dia 3 de setembro de 2021, a banda lançou o primeiro single do disco. Metade do Céu traz a Genomma na sua fórmula já conhecida e garantida, com um pop rock carregado de energia, lembrando os irlandeses do U2 na obra-prima de retorno da banda ao som básico: All That You Can't Leave Behind (2000).
Além de um lyric video, Metade do Céu ganhou um clipe e também uma versão acústica.
No dia 18 de outubro, foi a vez da introspectiva e eletrônica A Terra Sob Mim (Eu Sei) ser revelada para o mundo. Provavelmente a música mais diferente do repertório da banda, em uma interpretação quase sussurrada do vocalista Felipe Schadt em tons gravíssimos. A letra fala do pior estágio da depressão, a melancolia, além ser uma homenagem a Cibele Schadt, parente de Felipe, que cometeu suicídio: “Essa música fala de um estágio de pura dor e que, em alguns casos, acaba com um desfecho muito ruim. Foi o que aconteceu com a minha prima. Ela não conseguiu suportar a dor”, revela o vocalista.
A Terra Sob Mim (Eu Sei), também ganhou lyric video e clipe.
Já íntimos da introspecção e das batidas eletrônicas, Mar Aberto, o terceiro single do álbum, foi lançado no dia 19 de novembro e podemos classificar como a música mais ousada de todo o repertório da Genomma. Desde a bateria eletrônica que acompanha toda a primeira estrofe, até a brusca mudança de andamento no refrão, fazendo o quarteto emular uma espécie de Blur na fase Think Tank (2003) com Coldplay no soturno Ghost Stories (2014). A letra aborda outro estágio da depressão, o reconhecimento da doença.
Assim como os singles anteriores, Mar Aberto também ganhou lyric video e um videoclipe.
Finalizando a leva de singles de Como Reverter a Entropia do Universo, a música Fogo e Não Fagulha foi lançada no primeiro dia de 2022. A sonoridade é basicamente uma volta às origens, com o pop rock solar do grupo à U2. A letra também reflete essa mudança de clima: “Fogo e Não Fagulha representa o momento de virada, o momento em que percebi que não estava sozinho e que precisava de ajuda. Ela também é um convite para que todo mundo entenda que sem ajuda, vai ser muito difícil vencer essa doença. No fim, ela é uma música de redenção”, revela Felipe Schadt.
Abordando um tema tão sério e delicado como a depressão, dentro de um ousado espectro musical jamais navegado pelo grupo com batidas eletrônicas e nuances pop bem acentuadas, o Genomma enxerga todas essas mudanças como uma evolução do conjunto, conforme descreve o baixista Thiago Foratori: “Hoje eu vejo a Genomma uma banda mais amadurecida desde o Além Dos Muros de Jornais (2019), aprendemos muito mais nesse tempo, acho que cada um no seu posto soube impor mais da criatividade pessoal e não tanto depender das influências. Em Como Reverter a Entropia do Universo poderemos além de refletir as letras filosóficas do Felipe, viajar com os instrumentos que dão a sensação de estar dentro do seu universo interior, então podemos sim esperar um álbum diferente do que nós já fizemos e talvez também diferente do que você já tenha ouvido, esperamos que as pessoas possam sentir a emoção que nós sentimos ao compor esse trabalho”, finaliza.
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