Lançado em 2006, disco ganhará formato LP via Balaclava Records
Por Vinícius Vieira
Na segunda-feira (17), a finada banda paulistana Ludovic, depois de três meses sem postar nada nas redes sociais, surgiu com um post enigmático dizendo “Boas notícias a caminho nessa semana. Fiquem atentos”. Hoje, o mistério enfim foi revelado: em comemoração aos 15 anos do disco Idioma Morto, o segundo da carreira do Ludovic, o selo independente Balaclava Records lançará a primeira edição do álbum no formato vinil.
Lançado originalmente em CD no ano de 2006, via Travolta Discos, Idioma Morto estava fora de catálogo há quase 10 anos. Em entrevista exclusiva para o Seguimos Fortes, o vocalista, compositor e fundador do Ludovic, Jair Naves, expõe a alegria diante desse lançamento no formato vinil: “É a primeira vez que isso acontece com um trabalho meu”, ressalta o vocalista que segue em carreira solo desde 2010: “Pode nem ser muita coisa, mas estamos todos muito felizes. Para uma banda independente, é uma conquista”.
Para Jair Naves, Idioma Morto foi um disco de amadurecimento, experimentações e afirmações: “Tanto em termos musicais quanto no processo de composição das letras, foi nesse registro que encontrei muito da minha identidade enquanto artista. Foi um álbum feito sem a menor pretensão de seguir as tendências da época, cujo maior intuito de fato era a satisfação pessoal dos envolvidos”.
Considerada a banda mais verborrágica e explosiva do cenário independente nos anos 2000, o Ludovic destoava de todos os grupos da época. Navegando totalmente na contramão do hardcore melódico e do emocore adocicado, a música do Ludovic era um elo perdido entre a poesia do The Smiths e a energia do Black Flag, era provocativa, soturna e prenunciava o caos, assim como nas suas apresentações musicais que poderiam ser comparadas a uma sessão de expurgo emocional.
Analisando Idioma Morto, 15 anos depois, Jair Naves vê que as boas sementes renderam bons frutos: “Hoje, passados tantos anos, vejo que toda aquela entrega emocional foi recompensada pelo carinho com que as pessoas falam desse álbum. Realmente é algo tocante, que nos dá a sensação de termos feito alguma coisa da maneira certa”.
Além de Jair Naves no contrabaixo e voz, a formação que gravou o Idioma Morto na época contava com um verdadeiro dream team da cena independente: Zeek Underwood (ex-Shed) e Eduardo Praça “Apeles” (ex-Quarto Negro) nas guitarras, além de Júlio Santos (ex-Dance Of Days), recém integrado na banda época, na bateria.
Mais detalhes do Idioma Morto em vinil
A edição em vinil de Idioma Morto conta com a capa original feita pelo artista Vitor Costa, também vem com um encarte recheado de fotos da época registradas pelos fotógrafos Letícia Gomes de Barros, Rafael Reis e Joaquim Prado, enquanto a remasterização ficou sob o comando de Fernando Sanches (ex-CPM 22, ex-Hateen e Inimigo) no tradicional Estúdio El Rocha.
A pré-venda de Idioma Morto em vinil começa hoje na loja virtual oficial da Balaclava Records e a previsão para envio dos discos é final de março. Durante esse período o disco será vendido pelo valor promocional de R$ 125.
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