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PAPO DE BANDA - MOLHO NEGRO - T1 E9

por Flávio Almeida


De volta aqui com o Papo de banda, que está chegando ao final da primeira temporada hein! Nessa nona e penúltima entrevista, bati um papo com o Augusto Junior, baterista da sensacional banda paraense MOLHO NEGRO. Olha, essa é daquelas bandas que se você assiste o show, vai correndo pra casa procurar toda a discografia deles, porque é marcante, é cativante, selvagem e brutal! Se liga! FAlmeida - Salve grande Augusto! Bom camarada, para começar aqui, vamos posicionar a rapaziada: Conta pra gente aqui, onde, quando e como começou a banda Molho Negro. Augusto J. - Primeiro queria agradecer pelo convite. Bom, o Molho Negro é uma banda de Belém-PA , formada no final de 2011. Logo no início, eu e o João (guitarra/voz) pensamos que seria interessante gravar fora da nossa cidade, então fomos para Goiânia já com a ideia de gravar as primeiras músicas da banda no Rocklab (Estúdio do nosso amigo Gustavo Vasquez) e foi doidera demais a experiência. Durante o processo de gravação o João chamou o Raony (baixista) e já foi enviando as músicas pra ele ir aprendendo e foi super rápido. E agora estamos aqui pra perturbar vocês hahaha. FAlmeida - A banda Molho negro sempre é citada entre os melhores shows para se ver, listas e afins do tipo. Como é a preparação de vocês antes de sair nessas tours muito doidas Brasil a fora e essas listas influenciam vocês de alguma forma a melhorar os shows? Augusto J. - Cara, preparação na real é mais mental que a física (hahahah). Em 2017 a gente fez uma tour de carro, foram sei lá, 30 e poucos shows em 40 dias, saindo de SP, subindo pelo Nordeste até chegar em Belém, e na volta passamos por Palmas, Brasília, Goiânia, BH e SP. A gente se preocupou muito com as questões de horários, para evitar pegar estrada cansados e evitar problemas. Em relação a lista, é massa ser citado e ver que tem alguém que prestou atenção no que você está fazendo, de certa forma estimula a querer fazer algo legal para as pessoas. FAlmeida - Você é um baterista, na minha opinião, que tem uma brutalidade e coerência essencial para o tipo de som que o Molho faz. Como é a sua preparação como músico? Treino, estudo, equipamentos... Fale um pouco sobre isso! Augusto J. - Valeu demais pelas palavras :) Bom, desde moleque toco batera mas, nunca fui tão dedicado aos estudos, porque onde morava não permitia tanto barulho. Então tocar bateria era impossível. O que geralmente faço é o "air drum" (hahahahaha). Coloco umas musicas no celular e treino dessa forma. Aproveito também as possibilidades que a internet trás e fico assistido umas vídeo aulas para ter um cardápio um pouco mais variado. Como nao sou de fazer muitas viradas nas músicas da banda, acabei priorizando bem mais o groove que outros elementos, que acredito funcionar na banda e que acabou influenciando no meu set. Uso um hi hat complex Avatar 14" b20, e dois rides , um Avatar focus 20" no lado esquerdo e um Avatar explosion 20" no lado direito, ambos b20. Além da minha caixa tama rockstar de 14,"× 6/5 e um pedal pearl eliminator. Ah! Meu set é zero tons hahahaha. FAlmeida - Já trocamos essa ideia uma vez cara, do quanto eu gostei de Belém-PA! Achei uma cidade realmente incrível! Nos conte um pouco como foi o começo lá na cidade e principalmente como foi se inserir em um circuito que os arrastou aqui para São Paulo. Augusto J. - Belém é muito louca musicalmente falando, porque ao mesmo tempo em que você tem Dona Onete, do outro lado temos a banda Delinquentes, banda de hardcore que está na ativa desde 1988, e ambos os shows são lotados! É uma cidade onde você precisa ter certa insistência e paciência pra trabalhar e foi assim no início da banda, ainda mais você tocando rock autoral num lugar que respira muito a música regional como o carimbó, guitarrada, entre outros ritmos. Fora que ainda tinha o fator geográfico, longe dos grandes centros como RJ e SP que dificultava a logística de viagem. FAlmeida - Como foi a transição Pará - São Paulo? Conta pra gente aqui o background dessa história, como e quando! Augusto J. - Na época (2014 /2016) estavam surgindo alguns shows fora da nossa cidade com mais frequência e vimos que o ideal seria mudarmos de cidade por questões de logística, aí largamos os empregos e viemos a SP. O Raony na época morava em Brasília e foi o primeiro a chegar em SP, logo depois eu e o João viemos com mala e tudo. A gente chegou e de cara se deu bem com a galera do estúdio Costella e aí conhecemos o Gabriel Zander (te amo pai❤) que hoje é um grande amigo e toda a turma da Flecha Discos da qual fazemos parte hoje. FAlmeida - Cara, de Lolapalloza ao Bilé! O Molho Negro se adapta a qualquer tipo de situação e o show sempre é insano! Vocês se preocupam com os lugares onde vão tocar, o que vão encontrar de equipamentos e que tipo de público vai estar ali? Augusto J. - Preocupação sempre vai existir em relação a esses pontos que você citou, até porque uma coisa leva a outra. O local tem que ser confortável pra quem quer se divertir durante o show de qualquer banda. Os equipos tem que no mínimo segurar a pressão ali no palco, primeiro para que você se sinta confortável para executar bem seu instrumento e, segundo, geralmente é difícil poder levar um back line de seu gosto, por vários outros motivos. Quanto ao público, a gente não tem poder de escolha (o que deixa a coisa mais divertida) a gente só vai sobe no palco, toca alto pra caralho e espera pra ver o que acontece no final hahahahah. FAlmeida - De onde surgiu o lance de descer do palco e ficar ali no meio do público fazendo com que participem ativamente da música que estão executando? O mais louco disso tudo é que rola um som mesmo, e é brutal! Já se deram mal com isso? Augusto J. - Pra falar a verdade não é algo que a gente combina, só acontece. Eu particularmente acho legal pra caramba sair da batera e entregar as baquetas pra quem quiser tocar ali, até me ajuda a respirar melhor já que to ficando velho e sem gás pra fazer 40 min de show. Eu me dei mal uma vez num show em Belém, tava tocando no meio da galera e alguém deu um mosh em cima da batera (hahahaha) 2 x, só que a pessoa caiu em cima dos meus dedos da mão esquerda, quase fui parar no hospital achando que havia quebrado os dedos Hahahahahahah. FAlmeida - Descendo do palco, a galera tocando os instrumentos e a zorra está armada, e é demais! Como ficam os instrumentos nessa história toda? E também nos conte como vocês se organizam para manutenção como Luthier e peças de bateria. Augusto J. - João e Raony sempre foram mais preocupados nessa questão do que eu em relação a cuidados com os instrumentos. Em Belém eles mandavam pro Galvão que fazia os reparos. Aqui em SP já não tenho acompanhado tanto. No meu caso geralmente a pele batedeira da caixa era o que me dava dor de cabeça até que me apresentaram a pele "Remo black X" , pra você ter ideia uso a mesma pele à 4 anos e gravei os 2 últimos álbuns com ela. Pratos geralmente lavo com água, limpo com uma flanela e depois passo um produto chamado "brasso" pra dar um brilho. FAlmeida - Nos conte um pouco como vocês se organizam com logística para shows. Carro ou Avião? Ônibus ou carona e assim por diante! Divide com a gente esse perrengue! Augusto J. - Isso depende muito, centro-oeste, sudeste e sul a gente consegue fazer de carro de forma mais tranquila se as datas forem bem programadas, já as outras regiões fica mais complicado por vias terrestres, então acaba sendo de avião. Exemplo recente foi o Garage Sounds 2019 que a gente fez boa parte de ônibus, já as outras foram de avião. FAlmeida - Augusto, para terminar aqui cara, quero te agradecer pela disponibilidade em dividir um pouco aqui com os leitores, os bastidores de uma banda que toca em todo tipo de palco e manda ver, levando o rock para um patamar que nós precisamos! informa aqui para a gente quais são os planos atuais e futuros do Molho. Nos vemos por aí! Augusto J. - Repito, eu que agradeço demais o convite ❤ Possivelmente um novo disco, e shows pra fazer mas, como estamos atravessando um momento crítico esse ano, as coisas mudaram bastante e estamos esperando tudo melhorar para voltar às atividades normais. Se cuidem, cuidem das pessoas que vocês amam, lavem bem as mãos, fiquem em casa que logo a gente se esbarra.❤ FAlmeida - E aí, tá preparado para sair ouvindo MOLHO NEGRO? Bom, vou dar uma ajudinha aqui pra quem ainda não conhece. A primeira música que indico é a auto-descrição de João Lemos (vocalista da banda), a sensacional "O jeito de errar" do último álbum da banda, Normal (2018). Aqui você pode já começar a entrar na vibe dos caras, sentindo todo o sarcasmo e ironia da banda. O riff em loop fuzzeado abre a música e segue ao longo, a guitarra limpa enfatiza e anuncia o nome da canção ao final de cada estrofe. Tenho certeza que você vai ficar cantando a melodia por dias! A segunda música indicada é "Classe média losers" do penúltimo álbum da banda, o Não É Nada Disso Que Você Pensou (2017). A letra é daquelas que dá um tapa na cara mas que pode fazer os losers da classe média não perceberem a ironia e pactuarem com a melodia, simplesmente demais! Mais uma daquelas pra você ficar com o refrão na cabeça! A gente se vê no episódio final dessa primeira temporada, tchau!





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