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SOBREVIVENDO À QUARENTENA: ANDERSON SOUZA (FULLRISE)

por Robson Assis


Apoiar os artistas independentes tem um peso inacreditável para quem está navegando contra várias marés simultâneas. Do descrédito da cultura que o Brasil tem vivenciado nos últimos anos até a falta de oportunidade ou de possibilidade em meio a uma pandemia, bandas e toda sorte de artistas tem sobrevivido com pouco ou muitas vezes nenhum incentivo.


Do outro lado desta balança, estão os estúdios. Locais indispensáveis para qualquer cena musical, esteja ela acontecendo em festivais internacionais ou em pequenos bares de periferia. Os estúdios são, acima de tudo, negócios. Precisam ser geridos, precisam de grana para se manter pagando aluguel, equipamentos e toda a estrutura para que as bandas possam idealizar seus sonhos nas melhores condições possíveis.


Contudo, existem estúdios que se tornam muito mais do que simples lugares para ensaiar ou gravar. Em muitos casos, eles funcionam como um lar temporário ou uma ocupação cultural para artistas de um determinado segmento. O Fullrise, da Praia Grande, é um desses espaços. Um local que vive, basicamente de shows ao vivo e já recebeu bandas do Brasil inteiro, é pra muita gente um lar onde a música pulsa.


Então hoje vamos trocar uma ideia com o Anderson de Souza, proprietário do Fullrise que conta para nós tudo o que tem passado nesses meses e sobre como o apoio voluntário de um crowdfunding ajudou a repensar e manter o lugar vivo por mais tempo. Confira abaixo essa entrevista!




SF: Salve, Anderson! Muito obrigado pela entrevista, mano! Conta pra gente como tem sido esses meses de pandemia. O baque foi grande pra vocês no Fullrise?


Anderson: Fala Robson! Já quero começar agradecendo você e o site Seguimos Fortes por trocar essa ideia com a gente e poder falar um pouco da nossa casa. Cara, o último evento aqui no Fullrise foi em fevereiro. No começo da pandemia, em março, já foi cancelado o show do Zander. Só nesse susto de cara já foi muito louco pra gente, porque aqui sobrevivemos das gigs né.


SF: Vocês ainda estão de portas fechadas ou tá rolando alguma movimentação em relação aos trampos de ensaio e shows que vocês fazem dentro do estúdio?


Anderson: Até agora estamos fechados. Aqui na Praia Grande tem pouco fluxo de ensaio. A ideia do estúdio sempre foi fazer uma parada bem em conta para as bandas e só os ensaios nao paga as contas (risos). E esse ano não vamos voltar com shows provavelmente, porque acho que não tem porque colocar nada em risco com essa doença aí.


Nós não fizemos nada de novo nesses meses não. Estamos tentando noa adaptar com essa parada de lives, mas até agora não rolou nada concreto.


SF: Conta um pouco sobre o SOS Fullrise. Como foi, se rolou legal a ajuda da galera, o que vocês acabaram tirando de reflexão ou aprendizado disso tudo.


Anderson: Fizemos o SOS Fullrise na verdade o Sandro Turco e o Danilo La marca que me convenceram a fazer a campanha. Eu penso muito na galera, sabe? Todo mundo tá fudido, uns perderam trampo, outros perderam familiares e com tudo isso ficava com pé atras de fazer uma campanha e pedir grana. Mas mano, a galera entendeu a necessidade pro nosso rolê de manter a casa e ajudou muito.


Foi muito bom ver que as bandas de todo o Brasil se juntaram pra ajudar, o Dido do Warzone deu uma puta força, mesmo com o estúdio dele parado também. Cara, como disse o Welton da banda Lemori, de Fortaleza: "o underground venceu essa" (risos). E com o sentimento de quem vive o rolê de verdade e sabe das dificuldades que é manter a parada fiquei muito agradecido por isso.


SF: Como vocês estão lidando com a reabertura gradual promovida pelos governos das grandes cidades?


Anderson: Aqui por ser litoral preocupa um pouco essa reabertura forçada que tá rolando. Aqui praias cheias toda semana, bares e restaurantes abertos. É meio bizarro pra mim e não vamos fazer isso aqui no Full. Enquanto não tiver o minimo de segura para as pessoas, até por respeito a quem perdeu um familiar ou amigo. Aqui não podemos colocar a grana em primeiro lugar né. Vamos torcer pras coisas se acertarem e torcer pra estar aqui pra receber você e sua banda qualquer dia desses (risos). Vamos tentar ir voltando os ensaios aqui devagar, com todo o cuidado por enquanto, mas sem previsão pra rolês.


SF: Deixa uma mensagem pra galera das bandas, que ensaia com vocês, organiza shows etc.


Anderson: Obrigado por convidar pra esse bate papo mano! Muito bom contar com vocês e sempre que puder ajudar o site e a galera que olha pro underground velho (risos)! Fica na paz, galera! E torcendo pra essa porra passar logo.


SERVIÇO

Estúdio Fullrise

Av. Doutor Roberto de Almeida Vinhas, 10473 - Maracanã Mirim - Praia Grande/SP

Telefone: (13) 3471-2671 | (13) 99165-9112

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